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Entre o alho e o sal: duas doses de rebeldia  

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Ricardo Thadeu


Perante do silêncio de tantas vozes, caladas pelas incoerências da contemporaneidade, surge um grito: "um grito novo pra pendurar no pescoço do teu silêncio". Em Entre o alho e o sal (editora Kaballah, 2007), Lupeu Lacerda nos arrebata ao desentalar seus versos ácidos. O eco de uma voz formada na garganta dos anos setenta gargareja sexo, drogas e rock n’ roll e cospe uma poesia moderna e cheia de verdades.

O livro em si é, propositadamente, semelhante a um fanzine (fanatic magazine), gênero de literatura alternativa cuja produção é independente e que foi, durante algumas décadas, válvula de escape do próprio Lupeu. Assim, o casamento entre forma arrojada e conteúdo agressivo dá um tom extremamente atraente à obra, equalizando um grito novo numa rebeldia eterna.

Tal qual um beduíno, o poeta viaja por diversas dimensões. Entre uma página roxa e outra, vai do Cariri ("o cariri/é uma foto esverdeada/de um velho/ e querido filme") ao infinito ("[...] o canibal emocional come o medo dos astronautas cada um traz o palhaço cada palhaço odeia o circo Copérnico arredonda tudo"). Essa multiplicidade de temas é um traço nítido da modernidade. Roberval Pereyr afirma em A Unidade primordial da lírica moderna que "toda a literatura moderna, coloca-se, de infinitas maneiras, no ponto de interseção de muitos universos". Lupeu é intergaláctico!
foto:Divulgação

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