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Não há regras – que fique bem claro para os caretas, os normalistas e a média burguesia pudica.  

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Marcos Improta

1º Papai não regue mais os meus preconceitos...

A família brasileira é uma comédia dramática. Um misto de frivolidade e hipocrisia. O pai rico ensina ao seu filho que ele pode tudo. O pobre catequiza sua prole em prol da submissão. A elite mostra ao seu rebanho os caminhos que levam a uma cultura epicurista, onde a satisfação do indivíduo está acima do bem o do mal, justificada pelo poder. É essa busca de prazer desmedido que os leva ao consumismo ostensivo que podemos observar hoje em dia. O vazio da educação burguesa é peculiar, e toda juventude que a ela pertence tenta preenchê-la com bens de consumo, uso de drogas, ou a falsa liberdade e a violência fanática – quando não moldada sob um neonazismo patético, vive forjado na imitação dos estereótipos marginais das classes menos favorecidas, voltada toda ela para a defesa dos preconceitos enraizados na nossa "Classe A" ainda hoje.

2° Deu na TV: Deus em primeiro lugar, depois o patrão: ou dá no mesmo?

Além do mais, temos a instrução paternalista da parte da sociedade menos abastada, passada de geração para geração como um ritual. Desde pequeno, a criança aprende a obedecer. Primeiro a qualquer um que seja mais velho que ele. No colégio, o professor e assim por diante segue o processo de obediência civil. Esse sistema de subserviência culmina na sujeição aos mais ricos, ilustrado tão bem nas relações entre patrões e empregados. Parece que ter dinheiro significa ser melhor, mais feliz, poderoso. Desta forma, o pobre tem sua consciência crítica da realidade usurpada pela oração emblemática das elites, que prega a ética do favorecimento, sustentada pela TRÍPLICE ALIANÇA DOMINANTE: Igreja – Governo – Mídia.

3° Eu pago meus impostos e não devo nada a ninguém. Parcelei minha dignidade em 10X sem juros.

Correndo por fora, tem a classe média ansiosa por um lugar ao sol. Essa, por demais moralista, vive sob a pressão de dois estigmas: a falaciosa liberdade de expressão sobre o exercício de um poder intelectual a favor de uma política de centro-esquerda (hoje, luta pelos direitos humanos) e o sonho da elitização do seu estatus quo. Os filhos desta sofrem de uma crise de identidade pós 1968. Afogados em latas de coca-cola (quase sempre misturada com vodca), escutam Bob Dylan orgulhosos de uma época que não viveram - exilados no presente. Assim, o discurso verborrágico das gerações passadas não tem outra utilidade a não ser invalidar as experiências da linhagem (in)revolucionária do século XXI, quando as torna um hiato na história causando um vácuo no espírito dos "novos mutantes". Acreditam, por um processo heterogêneo de comparações temporais, de que toda ideologia formulada por nós não passa de uma grande burrice relativista, plasmada nos ideais de um passado que nunca nos pertenceu.

4° Acabaram-se os sonhos, as revoluções, a filosofia, o amor... A liberdade é uma ilusão que não vale mais que a passagem do coletivo.

Diante do egoísmo medíocre dessa dialética senil dos "heróis antigos", descobriremos heterodoxamente que a liberdade que se aproxima tardia será fruto das nossas revoluções. Sob o signo de uma nova hermenêutica - a glória dos antigos não mais brilhará sobre a nossa ignorância.

Tomara.

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