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Quem é você?  

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Luiz Ribeiro

Nesta edição volto a me debruçar sobre outra nuance do comportamento humano atual. Que tal começar por uma simples pergunta: A tecnologia aproxima ou afasta as pessoas, constrói ou rompe laços, ajuda ou atrapalha a vida?

Hoje uma parcela significativa da sociedade tem vida online. O mundo virtual está tão enraizado nas novas gerações que às vezes não se vê a vida sem esse grande portal. "Sem acesso a internet eu não sou nada. Eu não consigo falar mais com meu primo, meus tios, minha namorada, meus amigos", relata de forma aflita o adolescente Vinícius Souza de 18 anos. Um detalhe importante: O primo mora no andar de cima, os tios a três quadras de distância, a namorada numa rua abaixo, alguns amigos não são do bairro e outros poucos são só virtuais. Vinícius passa mais de oito horas diárias na frente do computador quando há internet.

A internet é uma ferramenta importantíssima para os meios de comunicação, pois há difusão de informações de maneira instantânea. A velocidade com que tudo isso se movimenta na rede marcam o diferencial da vida após a inclusão virtual. Porém, ficamos cada vez mais presos nos nossos próprios mundos. Dentro da rede você perde e ganha novas personalidades, jeitos, estilos, vontades e troca de máscaras mais facilmente do que no contato cara a cara, com o toque de pele, olhares, enfim. Alguns super heróis são descobertos nas páginas "www". O imaginário coletivo se transforma e se amplia, o verdadeiro se confunde com o falso, o real de dissolve na imaginação virtual.

Algumas ferramentas disponíveis tornam-se viciosas. As pessoas não vivem mais sem o Google. Estudantes, profissionais, docentes e visitantes descompromissados usam e abusam dos serviços de busca do site. E com o aumento da procura, a empresa passou a disponibilizar mais produtos atrelados ao site principal. Quem nunca acessou o Google imagens, ou Google acadêmico, Google mapas?

Outra ferramenta inebriante são os software de conversa online: os messengers. "Aqui na empresa eu não levanto mais para nada, só para ir embora. Faço tudo pelo telefone ou pelo MSN. Prefiro até o MSN, pois o telefone fica ocupado por mais tempo. Meu ‘bom dia’ é pelo MSN", relata satisfeita Mara Matos, 35. Essa é uma das qualidades da internet: ela diminui as distancias físicas. Andrea tem a família espalhada pelo mundo, com a tecnologia banda larga ela pode ver, ouvir e falar em tempo real com seus parentes através da internet e webcam. "entrar na internet para mim é matar as saudades. Sofro um pouco com os fusos horários, mas nada que não compense. Não sei como seria sem a internet".

Na rede também se encontra de tudo – imagens, textos, vídeos, animações, criações, denúncias, exposição, etc. Uma notícia de abuso de poder realizada por policiais a adolescentes que se exaltaram foi evidenciada na mídia após o vídeo do flagrante ser disponibilizado na internet. Com isso, outras vítimas dos mesmos policias se sentiram encorajadas e efetuaram também as suas denuncias. Outro caso polêmico e recentemente veiculado na mídia foi o da professora dançando a música "todo enfiado" da banda baiana O Troco. Esses são uns dos fatos que tiveram grandes proporções com a influência da rede mundial de computadores.

Sei da grande importância da internet na vida cotidiana, mas não consigo acreditar que nos isolaremos ainda mais do contato humano. Tenho um primo adolescente que a vida dele é do computador para o vídeo game e vice versa. Os amigos são poucos e geralmente compartilham do mesmo vício. Eles não jogam mais baleado, futebol, amarelinha, gude, pipa, pega-pega, quebra cabeça, pega varetas, etc. Todas as brincadeiras de interação real estão reduzidas a quase nada. Lembro das brincadeiras que fizeram parte da minha infância com nostalgia. Será que vamos nos trancar em iglus virtuais, limitados ao nosso mundinho?

foto: Rede Géh Editores Web

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