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Sexo à gosto  

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Luiz Ribeiro

Trago dessa vez um assunto batido, discutido, porém com seus mistérios, preconceitos e posturas petrificadas. Estou falando de Sexo. Geralmente, quando se toca neste assunto em público ou se foge do tema ou o papo é levado para a gozação, piada. Pois, associamos o sexo ao íntimo, ao reservado e, em algumas doutrinas religiosas, ao pecado. Por isso, assistindo ao programa Amor e Sexo, apresentado por Fernanda Lima, comecei a pensar e fazer uma retrospectiva comparativa dos programas do gênero que pertenceram ao cenário televisivo nacional. Vejo, mesmo com toda a modernidade, que alguns itens relacionados ao sexo, sexualidade, erotismo, opção sexual e áreas de prazer são mistificados. Liberdade sexual é um fato, mas falar do tema ou colocar o que realmente acontece entre quatro paredes perante um público é algo delicado e raro.

Programas como Ponto P (MTV), Programa Legal (SBT), o Beija Sapo (MTV), entre outros, tentavam dialogar e clarificar questões relacionadas ao sexo como colocar a camisinha e prevenir a gravidez à esclarecimentos sobre as Doenças Sexualmente Transmitidas. Porém, engana-se quem acha que tais programas atraem somente adolescentes descobrindo a sexualidade. Existem inúmeros adultos, e até idosos, tirando dúvidas que são provenientes de embaraços juvenis ou relações estritamente formais com pais e amigos na época de puberdade. Não é raro que mulheres casadas, aproveitando do anonimato, confessem que não sentem prazer nas suas relações sexuais e procurem auxílio.

Quando se tratando de orientação sexual e homossexualidade, os apresentadores, com formatos diferenciados, tentam dar um tom de descontraído ao tema. Dos programas citados anteriormente, o Ponto P, na minha leitura, era o que tratava do tema com mais naturalidade. Era uma crônica humorística da vida sexual, quebrando o gelo dos telespectadores. O horário, quase meia noite, ajudava na sinceridade das perguntas. Existiam resposta como "Dê mesmo, meu filho. Entre quatro paredes vale tudo. A regra é ser feliz", afirmava a desbocada Penélope. Eram pareceres positivos que incentivavam o convívio com sexualidade.

Contudo, discursos preconceituosos são presentes em programas, jornais e revistas. A revista Júnior desse mês tem como capa uma matéria extremamente antiquada e retrógrada para os dias atuais. A chamada é: "EX-GAY – repórter se submete a terapia de conversão". Me pergunto, conversão do que? Se converter é necessário para ocupar um lugar melhor na sociedade preconceituosa de hoje? O pior é quando a religião está inserida nesse contexto, pois ainda existem núcleos religiosos que tratam a homossexualidade como doença, pecado, obsessão, demônios presentes na sua vida, exigindo a cura, a evangelização da ovelha desgarrada e ou a excomunhão da pessoa.

Como já deu para perceber, assuntos relacionados ao sexo são inesgotáveis e possuem tabus para serem destruídos, reconstruídos e reformulados. Muitas questões merecem esclarecimentos e explicações de profissionais especializados. Importante salientar que não existe uma formula secreta, um formato único, a porta certa do prazer. Cada caminho, cada corpo, cada troca, possui a sua particularidade. Somos diferentes, sentimos, desejamos, sonhamos, fantasiamos, curtimos prazeres divergentes e desencontrados. O que falta é dialogo, entrega e sinceridade em relação a questões intrínsecas dos relacionamentos pessoais.

Filme:

Prayers for Bobby (Orações para Bobby, 2009).
O longa-metragem mostra a vida conturbada de um garoto, que vive numa família religiosa, descobrindo e assumindo a sua homossexualidade. O filme mostra as medidas tomadas pela família para "curar" o menino, pois "aquilo" – opção sexual divergente do conteúdo proferido nos livros e nas missas – não era aceito naquela família. O desenrolar a trama e o fechamento são interessantíssimos e relevantes para a vida social cotidiana. Vale a pena conferir e aprender com certas reproduções realísticas produzidas pelo cinema.
foto: Divulgação

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4 comentários: to “ Sexo à gosto


  • 4 de outubro de 2009 às 16:27  

    Oi Luiz Ribeiro!
    Excelente texto. Muito boa a forma como abordou este tema, que por incrível que pareça, ainda é um tabu. Embora vivamos em uma sociedade dita livre, o preconceito e os estigmas relacionados a este tema são muito grandes.
    Em relação ao homossexuais, me impressiona que nos tempos atuais, as pessoas ainda tratem isso como doença. Uma incoerência tremenda e absurda.
    Parabéns!
    Um abraço.
    Cintia Carvalho.


  • 13 de outubro de 2009 às 11:38  

    Óla Luiz Ribeiro!

    Curti muito seu texto. Demostrando mais uma vez qua apesar do passar dos tempos de toda a tecnologia td modernidade o homem não sabe ainda respeitar o espaço do outro e muito memos se permitir que o outro seja ajudado principalmente no sexo, tornando a dúvida uma banalização ou preconceito hipócrita.
    Um grande abraço e sucesso.


  • 13 de outubro de 2009 às 16:23  

    Também achei o texto muito interessante, perfeita a abordagem do tema, extremamente sincero. Você escreve muito bem, parabéns!


  • 15 de outubro de 2009 às 17:06  

    Lu, seu texto está muito bom!
    Adorei a forma como as coisas vão se desenrolando... Concordo plenamente com você quando afirma que o que falta é dialogo e sinceridade em relação as questões dos relacionamentos pessoais.
    Beijos