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Violência policial: Arbitrariedade e Despreparo  

6 comentários


Antônia Borges

O que fazer quando aqueles que deveriam nos proteger agem de forma agressiva, preconceituosa, fazendo uso da farda para inibir as pessoas? A violência empregada pelos agentes da polícia, que deveriam cumprir o papel de proteger o cidadão, é um drama constante vivido pela população baiana.

Não é difícil nos depararmos com cenas terríveis de violência, corrupção, descaso e abuso de poder envolvendo agentes polícias. A forma como os policiais se apoderam da profissão para expressarem sua fúria e passar por cima dos direitos humanos é inaceitável, provoca revolta. Estamos cansados de saber que violência só gera mais violência. Não é agindo como bárbaros que a policia vai ganhar respeito e admiração das pessoas. Muito pelo contrario. Essas atitudes estúpidas só faz crescer ainda mais a onda de revolta contra a polícia, que vem se tornando constantes alvos de ataques.

"Mãos para cima, abram às pernas. Rápido, vagabundo". Essa foi a maneira como policiais se referiram a um grupo de adolescentes que brincavam o carnaval desse ano. Os jovens não vestiam a camisa de um bloco, nem tão pouco a pulseira de um camarote. Todos os abordados eram negros, demonstrando claramente que a abordagem foi fundamentada em preconceitos. Ao constatar que os adolescentes não tinham nada ilícito, os policiais foram obrigados a liberá-los. Porém, a covardia mais uma vez se fez presente e com pontapés e empurrões mandaram os rapazes irem embora.

Vivemos uma crise na Segurança Pública e não sabemos mais em quem confiar. A polícia tenta justificar associar tais atos com a baixa remuneração que recebe. No entanto, sabemos que a questão vai muito além dos salários. Necessitamos de profissionais capacitados que valorizem o ser humano e exerçam o papel de defensores ao invés de agressores, corruptos e frustrados. E acima de tudo, a profissão de policial não deve ser vista como uma alternativa de trabalho para quem não obteve sucesso em outra atividade. Uma pessoa frustrada jamais pode exercer com excelência a sua tarefa. Ou se investe na formação e conscientização policial ou nossa realidade se agravará cada vez mais, e chegará o momento em que não saberemos mais distinguir quem é policia e quem é bandido.

foto:Cartoon publicado no CMI Na Rua de Goiânia criticando a violência policial

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6 comentários: to “ Violência policial: Arbitrariedade e Despreparo


  • 26 de setembro de 2009 às 06:08  

    Não sou adepto da teria do CAOS. Muito menos pessimista, porém aprendi que quando a polícia foi criada foi para dar sossego a quem tinha dinheiro e proteger os bens dos mesmos. A polícia pratica uma política de repressão, de retração de exclusão até dos membros da própria corporação. A polícia reproduz na prática o discurso daqueles que estão no poder, para manter a maioria segregada das minorias.
    Esperar um comportamento sobre a sensação de segurança vinda de policiais, para mim é uma grade utopia. Acredito que se em algum momento houver uma política pública válida e consciente, talvez, essa realidade mude.


  • 26 de setembro de 2009 às 17:39  

    A polícia foi inventada para conter a violência com a própria violência. Puro exercício de poder - essência arbitrária. O Japão é uma sociedade com mais de dois mil anos. E por lá, por um furto de um pão o homem perde a mão. Nos Estados Unidos existe a pena de morte - sistema judicial paradoxal e duvidoso. Analogias à parte, o Brasil é um dos países signatários dos Direitos humanos e sua realidade fere quase todos os trinta Artigos. O que pensar de uma polícia, então, que execulta homens em plena luz do dia - como vimos essa semana com o homem que fez uma mulher de refém com uma granada na mão - e a sociedade junto com a mídia consegue trandformar o assassino (no caso o atirador da polícia) em herói e ainda mais, justufica o ato e qualifica a barbárie? Fica a pergunta.


  • 27 de setembro de 2009 às 00:53  

    Em toda sociedade há dos policiais corruptos e violentos. Há alguns dias à Bruxelas das violências e motins entre polícia e dos jovens no início é um controlo muito violento sem nenhumas razões, puramente a violência gratuita e não justificado. Em os anos 90 na Belgica dos policiais têm “proteger” um pedófilo quem teve sequestrado durante vários anos das jovens menimas porque todos foram implicar em um tráfico dos carros e droga. Desde há tido uma reforma das polícias mas nada é mudar há sempre tanto corrupção e mau funcionamentos. Aqui os policiais são bem pagar é a prova que está um problema de consciência profissional e respeito das valores da sociedade


  • 4 de outubro de 2009 às 16:54  

    Oi Antonia!
    Ótimo texto.
    Aqui no Rio a realidade é a mesma. Policiais despreparados e corruptos que diariamente ao invês de proteger, contribuem para aumentar os indíces de violência.
    Um abraço.
    Cintia Carvalho.


  • 10 de outubro de 2009 às 13:10  

    Aqui em Maringá os estudantes da UEM vem sofrendo uma campanha violenta de repressão por parte da Polícia Militar a mando das elites da cidade. Vários alunos já foram agredidos pela PM, inclusive um teve uma pistola colocada dentro de sua boca no dia 19 de setembro.


  • 13 de outubro de 2009 às 15:33  

    A polícia age desta forma em resposta a criminalidade. Do jeito caótico que as cidades encontram-se, não há como diferenciar, em diversas situações, quem é bandido e quem é cidadão honesto. Cabe a cada um de nós se prevenir e evitar circunstâncias duvidosas, porque independente do modo como age, a polícia tem feito o trabalho dela, defendendo a sociedade com escassos recursos e muita coragem.