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Analisando dois clássicos - antigo e novo  

5 comentários

Cristiano Contreiras


Uma Rua Chamada Pecado, Elia Kazan, 1951
É pura testosterona observar Marlon Brando na completa tensão sexual, sedução e desejo. A luxúria arde em cada diálogo, o desejo evidente em cada cena. O deleite é o embate psicológico dele com Vivien Leigh. Uma Rua Chamada Pecado é um filme definitivo, obra máxima do cinema clássico, um ícone atemporal. É o ponto de confluência entre o cinema de Elia Kazan com o texto sexualizado de Tennessee Williams. O roteiro tem um primor na adaptação, mas o elenco é amplamente perfeito: as atuações são intensas, os diálogos provocativos e o filme todo concebe um clima sexual-psicológico incrível. Além do perfil teatral proposto pela direção de Kazan, o filme cativa com o determinado duelo entre Brando e Leigh - ele explosivo, institivo rude, másculo agressivo e ela com sua feminilidade frágil, etérea e até poética. A trilha sonora é um capricho e auxilia nos ápices das cenas ferinas. Definitivamente meu filme de cabeceira.

Má Educação, Pedro Almodóvar, 2003
Almodóvar propõe um extraordinário exercício narrativo, concebe um argumento apurado com o auxílio do visual arrebatador. A polêmica? A premissa é o ajuste de contas, é a crueldade nua e crua da realidade do mistério do sexo. Má Educação é a concepção magistral da seducão: nos enquadramentos, nas cores da fotografia, na arte de filmar, na montagem criativa ou na sensível e a arrepiante trilha sonora. Há um Gael García Bernal expondo sua masculinidade extremista em conjunto de olhares, gestos e corpo despido - além da própria atuação acentuada, provocativa. A película é uma obra única, também graças a este elenco impecável. Os personagens provocam repulsa e admiração, tudo ao mesmo tempo. O universo Almodoviano é de pura beleza conceitual, a sensualidade está relacionada também nas cores que ele transmite e no roteiro não-linear. É um filme dentro de um filme. Ápices polêmicos: homossexualidade, pedofilia, denúncia e traições. O filme sofre várias mutações. Homens que se tornam mulheres, personagens que duplicam identidade, restando amantes dos antigos amantes pra vingar-se deles, se matam, se amam. Homens sem escrúpulos, escravos dos seus desejos.
foto: Divulgação

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5 comentários: to “ Analisando dois clássicos - antigo e novo


  • 26 de setembro de 2009 às 21:27  

    Ah O Almodovar é incrível mesmo! E esse filme realmente foimt bem escrito, a atuação do Gael então, pow dá um show de interpretação! Estou loco pra ver o novo do Almodovar! Parabens pelo texto! Abçs!


  • 29 de setembro de 2009 às 13:07  

    Oi, Cristiano! Adoro Almodovar e adoro ainda mais o Elia Kazan... Inclusive, já falei de "Uma Rua..." lá no blog. Dá uma conferida, quando puder! Segue o link: http://marcelo-antunes.blogspot.com/2009/07/sacanagem-de-verdade.html

    Parabéns! Ainda não conhecia a Antimatéria. Cheguei aqui através de uma amiga, a Cintia, do Cinecabeça!

    Abração!


  • 2 de outubro de 2009 às 16:21  

    Eu fiquei muito mexido quando assisti esse filme. A trama me prendeu na cadeira do inicio ao fim e o feche foi inesperado. Toda manipulação feita pelo ator foco que usurpa da história do irmão com interesses e ou por inveja é fantástica. Uma belíssima narrativa deslocada no espaço tempo – é algo antigo, mas que consegue ser atual. Mais uma vez Almodóvar merece os parabéns.


  • 4 de outubro de 2009 às 16:34  

    Oi Cristiano!
    Eu amo Pedro Almodovar e este filme é mais uma bela obra dele. Excelente.
    Quanto ao primeiro também gostei muito e Marlon Brando junto com Vivien Leigh dão um show.
    Ótimo texto.
    Um abraço.
    Cintia Carvalho


  • 15 de outubro de 2009 às 11:49  

    Ainda não vi uma rua chamada pecado, mas pelo visto realmente deve ser muito bom, já má educação sem dúvida é ótimo, muito bem feito em todos os detalhes. Obrigado pelos elogios ao blog!