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A autonomia da Arte sob a perspectiva do olhar estético Pantemporâneo  

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Jilson Soares

É de extrema importância ressaltar a autonomia da arte sobre os domínios de criação do homem “enquanto animal político por natureza, dotado de uma linguagem articulada com capacidade de fundar comunidades onde são definidos o justo e o injusto, o legal e o ilegal, os vícios e as virtudes.” (NOVAES, 2009).

Há muito se ouve dizer que a arte está morta por acreditarem que o sistema capitalista a conteve no seu estômago. Porém, o seu Espírito inquieto, inovador, transgressor e retrô vem provando o contrário. Vemos isso se manifestando em epifânia na atualidade com uma forte inspiração das ações do Movimento Dadaísta[1], a exemplo do GIA (Grupo de Interferência Ambiental), Yuri Firmeza e Jayme Figura, no qual o ser-objeto quando exposto em um lugar que o valorize como arte (lugar esse que atualmente não mais se restringe a galerias, museus, cinemas e teatros), quase sempre nos transporta (in)conscientemente para dentro de si, estabelecendo uma relação de conflito entre a obra e o (tele)espectador(a).

Esse ritual do sentimento pelo olhar faz brotar em nós questionamentos sobre a sua condição artística de “ser ou não ser”. Nos primeiros olhares sobre o objeto o (tele)espectador(a) busca o belo, o perfeito, o harmonioso, o brilho, uma aura de fácil acesso, pois este tem internalizado como um determinante para o viés artístico um inventário, um mostruário no seu repertório emocional e de mundo. Não encontrando no ser-objeto essas categorias bem definidas, logo surgirão semblantes encrespados e franzidos pelo estranho ali revelado, publicado e autenticado como arte.

Para perceber e compreender a arte através do conceito que a modernidade recomendou e a contemporaneidade apresentou enfaticamente e problematizou pelo olhar configurado do feio, do imperfeito, do assimétrico, do fosco, pelo caminho criado agora por outro viés filosófico problematizado também pela estética. A estética do feio. Sendo assim, jogaríamos o jogo da Arte e não mais os jogos estabelecidos pelos departamentos e instituições legitimadores de arte que selecionam objetos artísticos apresentando-nos e os expressando-os através destes enunciados que a arte existe, ficando a cargo da “nossa cultura decidir por mim e pelo meu olhar o que é ou não uma obra de arte”. (COLI, 1981, p. 11).

Porque, por mais que a nossa sensibilidade seja tocada por uma arte que escape à razão e venha sendo trabalhada ao longo dos séculos para libertar o nosso olhar sobre a “Arte” de certos sistemas que a conceitue como tal, excluindo outras linguagens e formas de expressão, encontraremos uma resistência elitizada nos pseudo-departamentos legitimadores de uma “arte considerada pura”.

Convido Nietzsche, para concluir essa conversação a respeito dos conceitos e dos caminhos feitos pela arte na sua busca incansável de associar-se a outras ciências para melhorar o homem enquanto ser humano:

“Nós precisamos da arte para não morrer de verdade".

Tudo que foi dito deve ser esquecido"

A destruição também é criação"


[1] Formado em 1916 que teve como sua principal ideologia negar o objeto que se apresentava como arte em departamentos com fins convencionais, provocando desordem e incoerência na cultura que imperava.

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1 comentários: to “ A autonomia da Arte sob a perspectiva do olhar estético Pantemporâneo


  • 2 de setembro de 2009 às 13:38  

    Não existe mais ARTE. Existem exercícios criativos de criações temporizadores e fulgazes sustentada pela retórica vazia das estéticas das velharias, que nos leva apenas a alguns conceitos de arte. Então o que existe são conceitos não arte. Mas o discurso moderno me contradiz já que no vazio da nova era tudo se tornou arte. Infelizmente ainda não desconstruimos Duchamps, perdidos em nosso proprio tempo. Como você também convidarei Nietzsche para concluir essa conversação: "Deves trazer o caos dentro de ti para fazer nascer uma estrela bailarina". Não justifiquemos o vazio do exercício artistíco moderno com conceitos mortos, buscando remontar, através de uma estética das antologias, tempos que não são nossos. A revolução meu caro, que vem de dentro!!!